Pense, Fale, Exponha-se. Permita-se o prazer de ser autêntico.

sábado, 29 de maio de 2010

tatuagem.

terça-feira, 3:30. fim da aula. o céu nublado anunciava a chegada do outono.
ela guardou seu material, e quando se preparava para levantar, um garoto se pôs em frente à ela.

- Oi. - disse ele, visivelmente envergonhado.
- Oi?
- É que eu tô muito curioso - o rosto dela cada vez mais intrigado, e o dele, cada vez mais constrangido- o que quer dizer? eu até copiei pra tentar perguntar pra minha professora, mas eu copiei errado. o primeiro é mu...- ele apontou pra tatuagem no braço dela; três símbolos em chinês.
- Espera! Você fala chinês?
- Falo, quer dizer, to aprendendo...
- Mas ninguém fala chinês! - ela riu, ele deu um sorriso singelo.

Então, ela explicou o que queria dizer cada símbolo daquele, e o porquê dela tê-los tatuado no antebraço. Conversaram por meia hora, ele era interessante, inteligente. O professor dele chegou. Hora de ir embora, ela despediu-se, querendo ficar mais.
Não perguntou o nome dele, não queria parecer fácil demais. Quando saísse da sala, ela iria perceber que fora uma tola não se apresentando.

Na aula seguinte, ela prometera a si própria tentar falar com ele, arranjar uma desculpa qualquer, descobrir seu nome, tentar criar alguma espécie de laço. Mas ele era TÃO tímido que ficaria paralizado quando ela dissesse seu nome. 30 segundos de puro silêncio, até que ele dissesse "gustavo!", e o assunto se encerrasse por ali.

Ele era tímido demais, ela o assustava com aquele jeito bruto, desajeitado e sincero.

(SB; 23:46)

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