Pense, Fale, Exponha-se. Permita-se o prazer de ser autêntico.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

encontros.


Ela te viu mais uma vez, agora você estava na portaria conversando com os outros meninos do prédio. de novo, ela fingiu que não te viu. não conseguia agir naturalmente com você.


Ela era nova no prédio, estava lá havia pouco mais de 5 meses, e o havia conhecido quando a correspondência dela foi parar nas dele assim, por engano. Então num dia comum ele tocou a campainha e disse 'acho que isso é seu'. 'definitivamente é!'. ambos riram, ela o convidou pra entrar e tomar um café. ela se apaixonara por ele desde então.

E é justamente por isso que ela não consegue encará-lo e puxar assunto, mesmo que o que mais queira seja justamente isso. Toda vez que se encontram no elevador, ela trava e mal consegue dizer 'oi'. Quando você está na portaria ela passa direto, sem sequer olhar.

Ela planeja milhares de assuntos pra conversar contigo, mas tem medo de estragar algo dizendo alguma bobagem. É por isso que ela não diz nada.

Ela finge que não te vê porque está interessada em você. e sabe que você também está, quando seus olhares se cruzam - antes de fingir que não se viram - você parece remoer-se por dentro na ânsia de ouvir a voz dela.

Mas ela está esperando que você ponha essa timidez de lado e venha falar com ela. Assim, aos poucos.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Conto Intitulado III.

Antes, leia: Conto Intitulado (parte I) e Conto Intitulado II.


24 horas haviam se passado desde a última vez que haviam se falado ao telefone. Já era hora da tão esperada ligação, agora ela iria realmente saber se eles poderiam recomeçar.


- alô, Guilherme?
- Juh, você acha que alguma coisa pode durar para sempre? Por que você vai tão longe só por mim? Mesmo eu te ignorando e sendo grosso com você, você nunca desistiu de tentar voltar. Eu não consigo entender porque você ainda quer tentar recomeçar.

Instantes de silêncio haviam se tornado comuns em suas conversas.


- sabe aqueles dias que vc acorda meio enjoado de tudo?
- sei... - ela não tinha a menor ideia de onde ele queria chegar com aquilo, mas deu-o espaço e tempo para que caminhasse.
- no dia que eu liguei pra você, eu tava meio assim. então eu fui até uma árvore que eu costumava ir quando era criança e me dei conta do quanto eu sentia falta de alguém pra deitar ali comigo e conversar sobre coisas aleatórias. Daí eu senti o peso de tudo que eu joguei fora, e embora eu não conseguisse me lembrar de como era sentir aquilo, eu senti saudades. Foi quando eu me lembrei da promessa que eu te fiz... eu prometi que não te deixaria ir embora.

Ela lembrava muito bem dessa promessa, mas achava que ele havia esquecido. Então, ele continuou.

- ao invés disso, eu fiz o oposto. Você me queria por perto e eu me mantive longe... como posso ter a consciência tranquila se eu não mantive minha palavra? e por isso eu senti uma vontade enorme de te pedir desculpas.

Agora sim fazia sentido o porquê dele querer se desculpar. Ela preferiu deixar que ele continuasse, sabia que se o cortasse ele não falaria mais.

- o amor... essa é a única coisa que eu acredito que seja eterna...
- é por isso que eu não posso ignorar tudo que a gente viveu! eu te amo, você me ama? mesmo depois de todo o sofrimento que eu te causei?
- eu penso igual à você então.. porque quando eu penso nisso eu só penso na dor que EU causei à você. Parece que a gente pagou isso com o próprio sofrimento.
- se pagamos estamos quites e podemos recomeçar, certo?
- não sei... como seria então?
- seria como sempre foi. eu, você, sentados em qualquer lugar conversando sobre qualquer coisa.
- acho que de qualquer maneira só tem um jeito de saber... então, o que acha de ver um filme um dia desses?

O coração dela parecia querer sair do peito.

- tenho um convite melhor... que acha de passar o dia comigo um dia desses? com direito a filme e tudo mais?
- terça então?
- perfeito.

Silêncio de novo, mas dessa vez, ambos pareciam refletir se aquilo era mesmo verdade.

- Juh... era por isso que eu queria te pedir desculpas... e eu queria que ainda tivéssemos aquilo porque... por mais que eu guarde isso, a verdade é que... eu amo você e não tem ninguém que eu confie tanto, não existe ninguém no mundo a quem eu me permiti me expôr daquela forma...
- sabia que eu amo você?
- é, eu sei... eu também te amo... - aquilo era música pro ouvido de ambos.
- e depois de tudo que a gente passou, eu tenho mais certeza de que é pra sempre!
- é melhor eu ir logo embora antes que você me faça dizer mais coisas melosas... - ele riu. pela primeira vez em dois anos, ele riu pra ela de novo.
- então até terça!
- até.

O coração de ambos parecia se recuperar de uma maratona. a vida finalmente estava fazendo sentido de novo. um recomeço, uma nova vida, outra oportunidade. o mesmo amor. 

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Conto Intitulado II.

Antes, leia Conto Intitulado (parte I).


Já faziam duas semanas que ele havia pedido pra que ela não ligasse mais. A dor ainda era latente, o coração dela ainda estava fragmentado em milhões de pedaços, parecia que nada jamais voltaria ao normal.


Mas foi num desses dias comuns que se seguiram à esse pedido. Ela estava arrumando a bolsa, botando o celular pra recarregar. Uma ligação perdida, uma chamada dele. O coração dela pulou dentro do peito, pela primeira vez ela pode realmente respirar. Ligou de volta.

- alô?
- oi! sou eu! você me ligou de volta?
- liguei.
- diga...?
- não era nada não, eu só queria falar com você. deu vontade de ligar... - o silêncio dos dois era constrangedor, ambos pensavam muito no que iriam dizer. Não sabiam como recomeçar, ou sequer se poderiam recomeçar. Mas queriam tentar.
- fiquei feliz de ter ligado. MESMO. queria conversar com você há muito tempo, mas prometi não ligar, lembra?
- agora eu não posso conversar porque todo mundo tá dormindo e se eu acordar alguém, tô ferrado. - Já era cerca de uma hora da manhã.
- tá, tudo bem então... - é, talvez aquilo tivesse sido apenas uma recaída, um telefonema por impulso do qual ele se arrependera.
- mas eu quero que você me ligue amanhã, eu realmente quero conversar com você. preciso pedir... desculpas.
- desculpas? não, eu te devo desculpas! EU vacilei com você. não estou te cobrando que sinta o mesmo, mas quero que saiba que eu ainda amo você. Sempre vou amar. - Ela realmente não tinha o direito de cobrar isso, ela o havia magoado demais.

Mais uns instantes de silêncio, a respiração dele denunciava que estava prendendo o choro. Ela não queria tornar as coisas mais difíceis, então quebrou o silêncio, se despediu e disse que ligaria no dia seguinte. Nada a impediria disso. Então desligaram.

Ela gritava de felicidade pela primeira vez em dois anos. De repente, o mundo tinha cores novamente.

domingo, 11 de julho de 2010

Abraço.

Ela sorriu e o abraçou. Ele apenas retribuiu. Assim, sem dizer nada. Aquele gesto era mais que um eu te amo, mais que 'voce é especial'. Era a forma mais pura que eles poderiam usar pra demonstrar afeto. Ela aconchegou sua cabeça no peito dele, ele sentia o cheiro dos cabelos dela no ar. E mudos ficaram, pelos longos minutos que esse abraço durou.

the universal language.


Since May she was in France studying.

Oh gosh, he missed her so much! And this is like a pain, all this feeling inside his body. So he sit down in front of his computer and start to write an email. He will try to put all his feelings inside of this virtual letter.

"bonsoir, vicky.

two months without ur smell, babe. two months.

we r together since 2005. sometimes i feel like was yesterday ours first met. the sky was so blue, can u remember that? we have been together since then. 5 yrs. not so much time, right? it passed so quickly... however, it seems a life. is like u were with me since ever. i know that u r far away from me now, but i swear that i can feel ur presence here. is like u were in everything that i do. all my day. i can feel ur warm, but my hand still holding the air. just the air. but i have u here, inside of my mind, inside of my heart. How the distance can fight against this? simple: can not. cuz my love is bigger than ocean, bigger than distance. bigger than me.

u r everything that matter for me, nobody never matter so much, did u know? gosh, how i wish ur hand holding mine again!

someday, somebody said that 'dont matter wht u have, if u dont have someone to share'. is exaclty like that. i dont wanna money, or sucess, of nothing. all that i want is u. just u. cuz when im with u, dont matter wht happens, i know that in the end i still will have ur smile. and this is everything for me. happiness in just one motion. the world seems more iluminated when u smile. u r the proof that love isnt abt distance or nothing. love is when u find someone and all that matters for u is her/him. love is abt love.

u r everything that matters for me.
u r my life, my love, my heart.

three words, eight letters, but the feeling doesnt have a number."

he send. turned off the pc and looked to her pic in his table. so beautiful, so charm, so cute. pretty amazing. he touch the cold glass of the frame... he miss her.

he take off the clothes and put her favorite jersey. the blue one. she used to say that "contrast with his eyes". So, he lay in the bed and smile. He knows that dont matters if she is far, she will be back, and she will be with him forever.

in another part of the world - France, to be more especific -, she is waking up, and the first thought in her mind is him. Smiling and saying "i love you", while all that she wants is to say "me too".

terça-feira, 6 de julho de 2010

Conto intitulado.

Uma da manhã, 13 de dezembro de 2008. Ela sentou ao seu lado e perguntou o motivo dele ter se afastado de todos. Estavam numa festa, mas enquanto seus amigos se divertiam sacudindo seus corpos freneticamente ao som de algum novo ritmo, eles estavam sentados na grama, onde a música era só um zumbido.

- eu só fico pensando... o que será depois?
- depois do quê?
- depois daqui.
- bom, nós voltaremos pra casa e segunda de manhã pra escola. você tá com algum pressentimento ruim?
- não, tosca. estou dizendo depois que a escola acabar. quer dizer, você vai fazer direito, e eu vou fazer engenharia. mas isso não é o que me aflinge, o que me aflinge é saber que eu vou ter de me mudar por causa da faculdade, e você vai continuar aqui.
- sim, vou. sim, você vai estar longe. mas NÃO, não vamos terminar, nós vamos continuar juntos! você se importa em não me ver com tanta frequência como atualmente?
- é claro que eu me importo, mas me importo mais ainda em perder você. eu não sei qual rumo minha vida teria tomado sem você, você é bem mais pra mim do que pode imaginar, a única pessoa com a qual eu realmente me importo, digo o que sinto e, mais ainda, me permito sentir alguma coisa. - Ela não sabia o que tinha de tão especial, mas, sem dúvida, se sentia feliz por possuir.
- você também mudou muito a forma como eu via a vida, não consigo me imaginar sem você.
- eu também. por isso voltarei todos os finais de semana, e ligarei todos os dias. não posso perder você. - Deitou na grama fria, logo em seguida acompanhado por ela, que segurou sua mão.

Estar aqui com você é muito melhor do que estar lá dentro, ela disse. Aquelas músicas são horríveis, ele disse. "é, eu sei.". ela se aproximou, beijou-o de leve na face e apoiou sua cabeça sobre o peito dele. então, com a outra mão, ele a abraçou. a mão direita ainda possuia a dela - tão pequenininha e envolvida dentro da sua, tão bruta e calejada. e assim ficaram até amanhecer e ser a hora de voltar pra casa.

- até segunda, ela disse.
- até segunda, eu amo você.

ela não disse eu também, não precisava, ele sabia. ela apenas sorriu de volta, conseguia sentir a felicidade inundando não apenas os olhos dele, mas os dela também.

Hoje, 2 anos depois, eles não se falam mais. Ainda amam um ao outro, talvez até mais do que antes. Mas uma briga estragou tudo. Culpa dela, sempre dela. Ela sabia exatamente o que dizer para machucá-lo, ela a única pessoa a qual ele permitiu se expôr. Ela lançou palavras com tanta brutalidade, que ele nunca mais se permitiria confiar e se expôr à alguém. Enquanto tudo que ele fez foi ouvir, ela fez ao coração de ambos uma perda irrecuperável.

Tentou reparar o dano depois, mas palavras, uma vez ditas, não podem ser 'desditas'. Então, resolveu dar um tempo à ele, depois de um ano, ligou. "oi", ele disse. Então ela tentou ser tão bem humorada quanto antes, mas tudo que ele dizia era o mais monossilábico possível.

- como tá a faculdade?
- bem.
- tá namorando?
- não.
- ah, claro. só quem é capaz de te aturar sou eu não é? (risos)
Tudo que se ouviu sou silêncio do outro lado.
- ainda dói, não é?
Silêncio quebrado, ele havia desligado. Resolveu ligar de novo.

- não te ensinaram que desligar na cara dos outros é falta de educação? - Riu, enquanto segurava suas lágrimas, sabia que estava realmente tudo acabado, não havia mais volta.
- eu não sou educado.
- eu sei disso.
Silêncio.
- você quer que eu não te ligue nunca mais, não é?
- quero.

Fone no gancho. Lágrimas escorrendo, nada jamais seria igual.