Pense, Fale, Exponha-se. Permita-se o prazer de ser autêntico.

domingo, 6 de junho de 2010

dolorosamente nostálgico.

Ela abriu sua caixinha de jóias e pegou um pequeno brinco de uma flor branca com pedrinhas, simples e discreto o suficiente pra passar despercebido à maioria das pessoas. Segurou o brinco com delicadeza, olhou-o por um tempo e um sentimento nostálgico encorporou todo o seu ser. Aquele brinco, aquela simples tulipa branca havia estado em sua orelha no primeiro dia dos mais felizes de sua vida. Uma lembrança tornou-se nítida em sua mente.

Outubro de 2008, ele a beijou, brincou com seu cabelo, mecheu naquele mesmo brinco - agora em suas mãos - e disse:
- Você tava com esse brinco quando a gente se beijou pela primeira vez.
Ela sorriu, nem ela se lembrava desse detalhe tão pequeno. Detalhes, pequenos detalhes que ele sempre reparava, sempre comentava e jamais esquecia.

Sentiu seu coração apertar. DROGA! 2 anos haviam se passado, e ela ainda sentia sua falta. Ele havia sido marcante pra ela, ao contrário de todos os outros namorados. Ele a fazia se sentir querida, todas as vezes que ela ia encontrá-lo, ainda sentia aquele friozinho na barriga de primeiro encontro. Ela amava o jeito que ele a abraçava. Ninguém jamais a abraçou igual. E jamais iria. Sua cabeça se encaixava perfeitamente embaixo do queixo dele; ele a abraçava forte, como se quisesse fazê-la grudar nele pra sempre. Era envolvente, protetor. Era bom, ÚNICO, ela se atrevia a pensar.

Até hoje, ela ainda não entendia como haviam sido tão idiotas por terminarem o namoro por causa de uma briga tão boba e mais bobos ainda por deixar que o orgulho impredisse que voltassem. Maldito orgulho. Ela não gostava de se lembrar o porquê deles nunca terem voltado, sabia que tinha grande culpa nisso. Afinal, iniciar um namoro duas semana depois com o garoto que ele mais odiava, não havia ajudado muito. Ela não sabe muito bem por que fez isso até hoje, talvez pra causar ciúme, talvez pra mostrar que não precisava dele. Fosse o que fosse, não valeu a pena.

Março de 2009, eles se encontram na rua, por acaso. Ele estava lisonjeado, a olhava com cara de apaixonado, como se quisesse registrar cada detalhe da sua aparência.
- Nossa, você tá realmente muito bonita. Sempre mais bonita.
Ela conseguia sentir a dor em sua voz, ele não parecia sentir-se feliz com aquela situação... Mentalmente, ele dizia a si mesmo: "e eu te perdi."
Ela agradeceu, disse um "tchau" sem graça, e ele voltou pra lhe cobrar feliz aniversário (que havia sido mês passado). Ela o abraçou, deu dois beijinhos, e o ouviu dizer que "sentiu falta do seu cheiro".
- Você só voltou pra me dar beijinho! Ela riu, sabia que era verdade. Ele riu, sabia que não adiantava negar.
Se despediram de novo, se beijaram mais uma vez e se olharam com ar de nostalgia.

Setembro de 2009, eles se encontram no msn. ela tenta se reaproximar, mesmo que pra uma amizade. Sente sua falta. Ele recai e não consegue evitá-la como o usual. A tratou como nos velhos tempos, a chamou de amor, pediu que ela ligasse a web cam e disse coisas que costumava dizer quando namroavam. Ela sempre seria a mulher da sua vida. Disse que que daria tudo pra que as coisas não tivessem terminado; mais ainda, disse que terminaria com a atual namorada por ela, era só ela pedir. É ÓBVIO que ela queria que ele terminasse, aparecesse na casa dela e dissesse "quero você na minha vida de novo". Mas ela não tinha o direito de pedir. No fundo ela tinha medo de estragar tudo, de estragar as boas lembranças que tiveram. Eles eram compatíveis. O simples gesto de segurar sua mão era diferente... Ele segurava de um jeito que parecia que ele não queria soltar nunca, e ele parecia orgulhoso de estar do seu lado.
- Essa é a minha garota.
Ele sempre dizia, embora não precisasse, ela conseguia ver. A empatia era... única.

Lembrou-se daquela sexta-feira chuvosa do final de setembro na qual se conheceram. Ninguém esperava que chovesse naquele dia, mas a chuva foi torrencial. Qualquer detalhe mínimo a teria feito não conhecê-lo. Destino; isso simplesmente tinha que acontecer. Cortou a lembrança ao meio, muita nostalgia pra um dia só. Guardou o brinco na velha caixinha de jóias, trocou-o por um outro, dourado de formas geométricas triangulares. Seu celular tocou, seu par a esperava na calçada. Pôs seu perfume, bateu a porta ao sair.

Não importa o quão único ele tenha sido em sua vida, ele não fazia mais parte dela agora, embora sempre fosse estar em suas lembranças. Agora, ela pertencia a outro. Mas não seu coração, ela o havia dado pra ele, e jamais o teria de volta.

2 comentários:

  1. LINDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    to adorando ler seus textos :)
    bjão

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  2. noooh, que triste. mas bonito, ainda sim. aquele tipo de beleza que dói no coração da gente.

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