Pense, Fale, Exponha-se. Permita-se o prazer de ser autêntico.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Conto Intitulado II.

Antes, leia Conto Intitulado (parte I).


Já faziam duas semanas que ele havia pedido pra que ela não ligasse mais. A dor ainda era latente, o coração dela ainda estava fragmentado em milhões de pedaços, parecia que nada jamais voltaria ao normal.


Mas foi num desses dias comuns que se seguiram à esse pedido. Ela estava arrumando a bolsa, botando o celular pra recarregar. Uma ligação perdida, uma chamada dele. O coração dela pulou dentro do peito, pela primeira vez ela pode realmente respirar. Ligou de volta.

- alô?
- oi! sou eu! você me ligou de volta?
- liguei.
- diga...?
- não era nada não, eu só queria falar com você. deu vontade de ligar... - o silêncio dos dois era constrangedor, ambos pensavam muito no que iriam dizer. Não sabiam como recomeçar, ou sequer se poderiam recomeçar. Mas queriam tentar.
- fiquei feliz de ter ligado. MESMO. queria conversar com você há muito tempo, mas prometi não ligar, lembra?
- agora eu não posso conversar porque todo mundo tá dormindo e se eu acordar alguém, tô ferrado. - Já era cerca de uma hora da manhã.
- tá, tudo bem então... - é, talvez aquilo tivesse sido apenas uma recaída, um telefonema por impulso do qual ele se arrependera.
- mas eu quero que você me ligue amanhã, eu realmente quero conversar com você. preciso pedir... desculpas.
- desculpas? não, eu te devo desculpas! EU vacilei com você. não estou te cobrando que sinta o mesmo, mas quero que saiba que eu ainda amo você. Sempre vou amar. - Ela realmente não tinha o direito de cobrar isso, ela o havia magoado demais.

Mais uns instantes de silêncio, a respiração dele denunciava que estava prendendo o choro. Ela não queria tornar as coisas mais difíceis, então quebrou o silêncio, se despediu e disse que ligaria no dia seguinte. Nada a impediria disso. Então desligaram.

Ela gritava de felicidade pela primeira vez em dois anos. De repente, o mundo tinha cores novamente.

Um comentário:

  1. Agora sim!
    Texto lindo Sam... prova que a esperança sempre é a ultima que morre...
    ADOREI!

    te amo!

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