Pense, Fale, Exponha-se. Permita-se o prazer de ser autêntico.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Conto Intitulado III.

Antes, leia: Conto Intitulado (parte I) e Conto Intitulado II.


24 horas haviam se passado desde a última vez que haviam se falado ao telefone. Já era hora da tão esperada ligação, agora ela iria realmente saber se eles poderiam recomeçar.


- alô, Guilherme?
- Juh, você acha que alguma coisa pode durar para sempre? Por que você vai tão longe só por mim? Mesmo eu te ignorando e sendo grosso com você, você nunca desistiu de tentar voltar. Eu não consigo entender porque você ainda quer tentar recomeçar.

Instantes de silêncio haviam se tornado comuns em suas conversas.


- sabe aqueles dias que vc acorda meio enjoado de tudo?
- sei... - ela não tinha a menor ideia de onde ele queria chegar com aquilo, mas deu-o espaço e tempo para que caminhasse.
- no dia que eu liguei pra você, eu tava meio assim. então eu fui até uma árvore que eu costumava ir quando era criança e me dei conta do quanto eu sentia falta de alguém pra deitar ali comigo e conversar sobre coisas aleatórias. Daí eu senti o peso de tudo que eu joguei fora, e embora eu não conseguisse me lembrar de como era sentir aquilo, eu senti saudades. Foi quando eu me lembrei da promessa que eu te fiz... eu prometi que não te deixaria ir embora.

Ela lembrava muito bem dessa promessa, mas achava que ele havia esquecido. Então, ele continuou.

- ao invés disso, eu fiz o oposto. Você me queria por perto e eu me mantive longe... como posso ter a consciência tranquila se eu não mantive minha palavra? e por isso eu senti uma vontade enorme de te pedir desculpas.

Agora sim fazia sentido o porquê dele querer se desculpar. Ela preferiu deixar que ele continuasse, sabia que se o cortasse ele não falaria mais.

- o amor... essa é a única coisa que eu acredito que seja eterna...
- é por isso que eu não posso ignorar tudo que a gente viveu! eu te amo, você me ama? mesmo depois de todo o sofrimento que eu te causei?
- eu penso igual à você então.. porque quando eu penso nisso eu só penso na dor que EU causei à você. Parece que a gente pagou isso com o próprio sofrimento.
- se pagamos estamos quites e podemos recomeçar, certo?
- não sei... como seria então?
- seria como sempre foi. eu, você, sentados em qualquer lugar conversando sobre qualquer coisa.
- acho que de qualquer maneira só tem um jeito de saber... então, o que acha de ver um filme um dia desses?

O coração dela parecia querer sair do peito.

- tenho um convite melhor... que acha de passar o dia comigo um dia desses? com direito a filme e tudo mais?
- terça então?
- perfeito.

Silêncio de novo, mas dessa vez, ambos pareciam refletir se aquilo era mesmo verdade.

- Juh... era por isso que eu queria te pedir desculpas... e eu queria que ainda tivéssemos aquilo porque... por mais que eu guarde isso, a verdade é que... eu amo você e não tem ninguém que eu confie tanto, não existe ninguém no mundo a quem eu me permiti me expôr daquela forma...
- sabia que eu amo você?
- é, eu sei... eu também te amo... - aquilo era música pro ouvido de ambos.
- e depois de tudo que a gente passou, eu tenho mais certeza de que é pra sempre!
- é melhor eu ir logo embora antes que você me faça dizer mais coisas melosas... - ele riu. pela primeira vez em dois anos, ele riu pra ela de novo.
- então até terça!
- até.

O coração de ambos parecia se recuperar de uma maratona. a vida finalmente estava fazendo sentido de novo. um recomeço, uma nova vida, outra oportunidade. o mesmo amor. 

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog... estou adorando passar aqui e ler seus contos.

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  2. Caraai .. apesar do meu jeito doido e arrogante.. eu adoooro romance .. do fundo do meu coraçao.! vc é muito boa nisso . continua pq eu já to adorando a Juh e o Guilherme.! Não para nao!

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