
- eu só fico pensando... o que será depois?
- depois do quê?
- depois daqui.
- bom, nós voltaremos pra casa e segunda de manhã pra escola. você tá com algum pressentimento ruim?
- não, tosca. estou dizendo depois que a escola acabar. quer dizer, você vai fazer direito, e eu vou fazer engenharia. mas isso não é o que me aflinge, o que me aflinge é saber que eu vou ter de me mudar por causa da faculdade, e você vai continuar aqui.
- sim, vou. sim, você vai estar longe. mas NÃO, não vamos terminar, nós vamos continuar juntos! você se importa em não me ver com tanta frequência como atualmente?
- é claro que eu me importo, mas me importo mais ainda em perder você. eu não sei qual rumo minha vida teria tomado sem você, você é bem mais pra mim do que pode imaginar, a única pessoa com a qual eu realmente me importo, digo o que sinto e, mais ainda, me permito sentir alguma coisa. - Ela não sabia o que tinha de tão especial, mas, sem dúvida, se sentia feliz por possuir.
- você também mudou muito a forma como eu via a vida, não consigo me imaginar sem você.
- eu também. por isso voltarei todos os finais de semana, e ligarei todos os dias. não posso perder você. - Deitou na grama fria, logo em seguida acompanhado por ela, que segurou sua mão.
Estar aqui com você é muito melhor do que estar lá dentro, ela disse. Aquelas músicas são horríveis, ele disse. "é, eu sei.". ela se aproximou, beijou-o de leve na face e apoiou sua cabeça sobre o peito dele. então, com a outra mão, ele a abraçou. a mão direita ainda possuia a dela - tão pequenininha e envolvida dentro da sua, tão bruta e calejada. e assim ficaram até amanhecer e ser a hora de voltar pra casa.
- até segunda, ela disse.
- até segunda, eu amo você.
ela não disse eu também, não precisava, ele sabia. ela apenas sorriu de volta, conseguia sentir a felicidade inundando não apenas os olhos dele, mas os dela também.
Hoje, 2 anos depois, eles não se falam mais. Ainda amam um ao outro, talvez até mais do que antes. Mas uma briga estragou tudo. Culpa dela, sempre dela. Ela sabia exatamente o que dizer para machucá-lo, ela a única pessoa a qual ele permitiu se expôr. Ela lançou palavras com tanta brutalidade, que ele nunca mais se permitiria confiar e se expôr à alguém. Enquanto tudo que ele fez foi ouvir, ela fez ao coração de ambos uma perda irrecuperável.
Tentou reparar o dano depois, mas palavras, uma vez ditas, não podem ser 'desditas'. Então, resolveu dar um tempo à ele, depois de um ano, ligou. "oi", ele disse. Então ela tentou ser tão bem humorada quanto antes, mas tudo que ele dizia era o mais monossilábico possível.
- como tá a faculdade?
- bem.
- tá namorando?
- não.
- ah, claro. só quem é capaz de te aturar sou eu não é? (risos)
Tudo que se ouviu sou silêncio do outro lado.
- ainda dói, não é?
Silêncio quebrado, ele havia desligado. Resolveu ligar de novo.
- não te ensinaram que desligar na cara dos outros é falta de educação? - Riu, enquanto segurava suas lágrimas, sabia que estava realmente tudo acabado, não havia mais volta.
- eu não sou educado.
- eu sei disso.
Silêncio.
- você quer que eu não te ligue nunca mais, não é?
- quero.
Fone no gancho. Lágrimas escorrendo, nada jamais seria igual.
Porra samara...puta texto triste
ResponderExcluirtriste é a vida, meu caro. ninguém disse que seria fácil e feliz, disse? [pessimista mode on]
ResponderExcluirPorra samara...puta texto triste [2]
ResponderExcluirPorra samara...puta texto triste [3]
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