Pense, Fale, Exponha-se. Permita-se o prazer de ser autêntico.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Proteção.


Durante quase todo o dia, ele esteve sentado na rede da varanda curtindo o que costumeiramente chamamos de solidão. Não a solidão fria, gélida, cruel e doentia, mas a solidão silenciosa, calma, envolvente e acolhedora que o envolvia naquele início de mês. A cada balançada, o vento que batia em seu rosto parecia levar seus sentimentos, limpando sua alma; tornando-o mais racional.

Ele, que sempre possuira coração quente, finalmente estava conseguindo se desvencilhar emocionalmente das coisas e vendo-as de maneira concreta, plástica, com sua verdadeira forma. Agora ele não precisaria mais desperdiçar seu tempo e sentimento com objetos e pessoas. Para ele, era isto que elas passariam a ser: coisas.

Dentro dele, seu velho Eu lutava, tentando sair. Sabia muito bem que a ausência de emoções levava a um caminho pelo qual não queria passar.

A frieza, que começara como tentativa de proteção, aos poucos acabaria também com seu amor-próprio e com sua verdadeira essência. Mas não importava, ao menos por agora ele estava protegido.

(SB; 22:48)

2 comentários:

  1. Sentados todos estamos protegidos, pior é quando andamos...

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  2. não li todos ainda, comecei de baixo pra cima. mas eu devo dizer que realmente adorei este. eu sei que vai parecer estranho, mas neste aqui suas palavras fazem mais sentido pra mim, muito mais entendiveis e cheias de significado.
    parabéns, sam.
    acompanharei sempre (:

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